O ano de 2019 foi de definições para a arquiteta Nara Freire. “Considero que foi difícil no sentido de pensar mais sobre a minha vida, sobre o que eu queria fazer, sobre como queria dar continuidade aos meus projetos”, conta em vídeo publicado pelo projeto “O que te PULsa”, capitaneado pela fotógrafa Carol Salgado.
De Boa Esperança, na região Sudoeste de Minas, Nara veio para Belo Horizonte em 2000, quando iniciou a graduação em arquitetura e urbanismo. Na sequência, mudou-se para Paris, na França, onde fez o mestrado sobre espaços públicos como estruturação urbana.
Dez anos após retornar à capital mineira, Nara sentia-se inquieta. “Foi difícil porque fiquei pensando em várias questões. Uma delas seria voltar para a Europa. Eu tinha essa vontade de voltar para lá para fazer o doutorado. E tive vontade de mudar para São Paulo. Sempre buscando uma vida cultural mais intensa, com pessoas mais dinâmicas, que acreditam mais no coletivo”, recorda.
“Até um dia eu ter um clique e achar a maneira de vida que eu acredito no Conjunto JK”, pontua Nara no vídeo. “Desde então, estou nesse projeto de planejamento de obra e de mudança. Eu acho que é um certo desafio (realizar uma mudança). Você começa a pesar tudo, o que é importante para você, o que não é”, salienta, dizendo já ter se estabelecido em diferentes lugares em sua jornada.
“A cada mudança a gente tem mais certeza que precisa de menos das coisas que tem”, reconhece. “Ver tanta caixa e ver tanta coisa para embalar…”, prossegue, estabelecendo que até gostaria de ser mais, digamos, minimalista. Tanto desapego, no entanto, não é exatamente uma realidade. “É uma coisa que não vou ser nessa vida. Talvez eu seja na outra… Não sei. A meta seria ter a vida em uma mochila. Ter uma muda de roupa e está tudo certo. Mas esse não é o meu caso”, brinca.
Um olhar para o cotidiano
A história de Nara Freire, que coloca em relevo sua mudança para o Conjunto Governador Kubitschek, foi contada no projeto “O que te PULsa”, idealizado pela fotógrafa Carol Salgado em parceria com a videomaker Mariana Bicalho. Carol explica que a iniciativa nasceu, como vontade, em 1999 e vem do desejo de registrar a vida das pessoas. “Mais pontualmente, o cotidiano, que é onde a gente reside de fato”, explica.
Carol se entende como uma apaixonada pela fotografia e acredita que esse amor tem um quê de herança. “Não sei se essa vontade de contar histórias através de fotos veio do meu bisavô, Aquiles, fotógrafo, e/ou do meu pai, Aristides, arquiteto e com um pezinho na fotografia. Mas sei que veio forte!”, expõe ela em seu site profissional. “Em cada canto vejo a composição das pessoas e de suas passagens. Encanta-me captar esse real e ‘o agora’ para a criação das memórias. O cotidiano, as celebrações… como são lindos os roteiros que cada cena de vida sugere!”, descreve.
Para conhecer mais histórias pelo olhar de Carol Salgado e Mariana Bicalho, siga o perfil do projeto “O que te PULsa” no Instagram e Youtube.